Sim-Não
Poema de Anja Arruda
Depois do silêncio que incomodou como espinho,
Ele disse:
– Você ama mais a sua liberdade do que a mim.
Afirmação.
Ela hesitou, mas dessa vez disse:
– Sim.
Confirmação.
Ele decidiu partir.
Ela decidiu parir-se.
E, ao parir-se, já andou.
E, também pensou
em toda a auto gestação,
em cada contração,
até contrair o próprio coração.
Era o futuro em branco que
a apertava e apartava o choro vão.
choro de vazio de antes e de então.
Mas ela pensou:
Choro, por hora, não.
Agora, respiração.
Ela pariu-se, então,
com o segundo sim
que lhe atacaram na cara como um não.
Não te quero assim,
amando a você tanto quanto a mim.
Não desmonte minha ilusão. …
incrível