A Não monogamia Política é a articulação de uma anti-monogamia vinculada a construção de um projeto de vida e identidade política orientados por um pensamento coletivo e emancipatório de não-monogamia.
A Não monogamia Política é anticolonial e antirracista, por entender a estrutura monogâmica como imposição colonial violenta, tanto em África quanto em Abya Yala (expressão que vem sendo usada por povos originários do continente, em contraponto a “América”). E por entender a importância de se opor a colonização, inclusive de nossos desejos e afetos.
A Não monogamia Política é anticapitalista, por entender a estrutura monogâmica como estrutura diretamente ligada à propriedade privada. Por entender que a monogamia é essencial para a manutenção do trabalho doméstico não remunerado e a criação da mão de obra para o capital, bem como a exploração e a criação da opressão de gênero.
A Não monogamia Política é antiLGBTfobia, por entender que o sistema monogâmico está atrelado a estrutura cisheteropatriarcada. Uma hegemonia que se consolidou excluindo e subalternizando corpos dissidentes. Uma estrutura que surge excluindo e gerando violências diretas e indiretas a esses corpos.
A Não monogamia Política NÃO é um modelo relacional. É um orientador, um direcionamento ético e político para a construção das nossas relações, o qual rompe com a lógica monogâmica que está intrinsecamente presentes nas relações sociais. Precisamos, inclusive, tencionar a assimilação de um “sistema monogâmico” que nos é imposto diariamente.
Nossos desejos e afetos foram invadidos e colonizados. Nos foi imposto uma única forma de amar e se relacionar. A monogamia é uma imposição social, jurídica e religiosa/cristã. A Não monogamia Política é a construção coletiva de um projeto de emancipação dessa invasão, além do reconhecimento do sistema monogâmico como mais uma forma de violência a qual somos submetidos.
Por uma desterritorialização e descolonização deles. Pela construção artesanal das relações, como nos traz o pensamento ancestral compartilhado poeticamente conosco pela pensadora indígena Geni Núñez.
A estrutura monogâmica empobrece as nossas conexões. As comunidades que movem o mundo, não a família nuclear. O sentido ancestral da vida sempre foi coletivo, apesar de tentarem nos dizer incessamente que não. A Não monogamia Política é a busca pelo fortalecimento dessas conexões e pelo fim das estruturas de opressão.
Muito bom o manifesto. É preciso estar atenta e unirmos nossas vezes porque a colonização está em todos os lugares, inclusive nos afetos (românticos ou não). Contem comigo para essa jornada!
Boto fé!!!
Bora construir isso!!!
Que manifesto lindo, que projeto lindo, que bom que vocês existem! 😍👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼❤️❤️❤️ Maior orgulho de recomendar esse trabalho pra todes!
Brota lágrima nos olhos e um puta sorriso no rosto de saber que sou parte dessa desconstrução, obrigada!
Que bonito ver tanta coerência, profundidade e assertividade. Muito inspirador!